domingo, 16 de dezembro de 2012

Jogando conversa fora - Texto do livro "NADA"

Conversa fora


            O que é jogar conversa fora? É a indagação da vez. É apenas falar, falar sem explicar, falar sem convicção, falar sem concisão, falar sem sentido ou apenas desabafar? Esse termo é subjetivo no sentido da não escolha das palavras ou da relatividade envolvida no assunto. É pífio, extrovertido, magano, sem preconceitos ou religião. São apenas contos ou assuntos polêmicos. Metáforas ou troca de informações alheias do cotidiano. Porém repleto de argumentos e de ideias sociais composta por pessoas comuns da vida real. Considera-se que jogar conversa fora é perder tempo à toa, sem ter o que fazer, mas isso é redundantemente incorreto.
            Caso ainda não tenha reparado, o famoso adágio “jogar conversa fora” tem na maioria das vezes um exorbitante rio de conhecimento. Seja política, futebol ou relacionamento desce sobre os proponentes da conversa uma cascata fabulosa de intelectualidade. É claro, em meio às piadas e palavras fúteis somos capazes de instruir, ensinar e aprender. Uma noticia no jornal, na TV ou nas redes sociais agimos como ponte ou agentes da noticia. Conseguimos espalhar aumentando ou retirando um acontecimento em uma velocidade incrível, capaz de atingir milhões de pessoas em horas. Somos na verdade o maior canal de publicidade que existe. Todavia não é essa a questão. A situação presente no provérbio “jogar conversa fora” (se é que podemos incluir esse adjetivo no termo) está relacionado ao conhecimento passado na roda da conversa. Questões de prova, concursos ou interesses próprios estão presentes. Vai dizer que você nunca aprendeu algo importante nesse ambiente de conversa? É claro que já! Alias imagino que você já expressou: “é mesmo? Não sabia”! Todos nós na verdade.
            Às vezes uma preocupação ou responsabilidade martelando a mente nos impede de pensar. Quantas pessoas não fizeram algo ou responderam algo que depois em momento de descontração perceberam que fizeram errado? Acredito que na hora de jogar com os amigos conversa fora, possivelmente podemos aprender muito mais que num momento forçado. Acredito que a mente está em total liberdade de escolhas, porque não necessariamente somos abrigados a raciocinar sobre o assunto em questão. Isso contribui para o pensamento livre de pressão. Não estamos na reunião importante de trabalho, não estamos apresentando a monografia ou fazendo uma prova que o nosso desempenho irá definir uma situação. A pressão é grande, e quando isso acontece às ideias somem, e uma simples questão se torna completamente árdua. Em determinada situação não é difícil porque tem que ser difícil, mas é nosso bloqueio que torna mais complicado. Apesar do grau normal de complexidade nossa mente absorve mais quando estamos livres. Onde mais estaríamos salientes para aprender ou ensinar? Quando jogamos conversa fora.
            Seja qual for o cenário ou o ambiente que estamos à conversa irá fazer parte de nossas vidas. A comunicação livre de complexos e preceitos só contribuem para uma formação social mais livre e crítica. Agora por outro lado tira muito gente do controle. Algumas ideias de hoje são horrendas. Devemos escolher com cuidado as rodas de conversas, ou seja, as pessoas que estão envolvidas no assunto. Se o grupo tem pessoas esquisitas, logo os pensamentos são esquisitos. Nesse caso, concordo com a frase que estão jogando conversa fora. Aprendendo coisas irrelevantes, transformando teorias macabras em atitudes que vão gerar dor de cabeça futura. O reflexo disso é uma sociedade cada vez mais interesseira, egoísta e capitalista. Esse ambiente hostil revela um alto grau de desamor nas relações humanas e a banalidade em acontecimentos covardes.
            Nesse momento gostaria de interpelar com um comentário que outrora em uma roda com os amigos, absorvi que me fez ponderar e refletir. Algo que para muitos é jogar conversa fora, muitos acham que é retrógrado, mas que fez e faz toda a diferença na vida. Não preciso falar com veemência ou de forma poética e sim da mesma forma que ouvi há anos atrás. Jesus. Você acha que é jogar conversa fora quando falamos de Jesus? Mesmo respeitando as distintas opiniões não me conformo de maneira alguma que falar de um Deus que nos ama e deu sua vida por nós seja necessariamente deprimente ou uma simples atitude insignificante. Amigos da leitura, simpatizantes da escrita ou pessoas que gostam da minha pessoa, Jesus é tudo. É o caminho, a verdade e a vida. Sem Ele não somos nada, não podemos nada e não “conseguimos” nada. Tudo que Jesus faz é nos amar, tanto é que Ele entregou sua vida por nós. Todo sacrifício é para mostrar de forma prática seu amor por nós. Tudo que Ele deseja é que você e eu vivamos no seu amor. É sabido por muitos, as inúmeras dificuldades de se viver na presença de Deus, no mundo de hoje. Porém não é impossível. Não obstante, devemos lutar sempre para que a vida seja verdadeiramente a vida que Jesus sempre sonhou e se sacrificou para nos presentear. Não jogue essa conversa fora, mas guarde-a para você e pense Naquele que vive pensando em você, Jesus.  

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