Quando se trata de convivência é complexo tentar elucidar ou
cogitar alguma coisa a respeito. Somos tão diferentes uns dos outros que às
vezes parece que somos estranhos. Mas por incrível que pareça, somos iguais e
filhos do mesmo Pai. O que temos de distintos são os acessos à educação,
cultura, lazer, ao conhecimento e as leis de sua nacionalidade. Ainda que sejam
adquiridos os adjetivos acima, nos tornam mais afastados e inconstantes. As
reações são diferentes e os métodos de tratamento também. Daí se cria os
pré-conceitos, mas não é nosso assunto tratado aqui.
De forma
geral os relacionamentos são dinâmicos, espontâneos e imprevisíveis. Às vezes
desejamos conhecer alguém e constituir ali uma amizade, mas algo acontece e da
tudo errado. Acaba que não conseguimos desenvolver uma convivência com a
pessoa. Porem às vezes conhecemos pessoas do nada e começamos uma amizade que
pode durar para sempre. O certo é que entre um e outro a vontades e não estou
falando de casais, estou falando sobre convivência. Entre gostar e não gostar
de alguém estão os atos, a maneira de pensar e a personalidade; que são
adquiridas. Logo podemos viver no mesmo lugar e sermos todos unidos pela causa
maior. A vida.
Conviver
com outras pessoas é complicado? Sim, mas isso não implica no que as pessoas
são e sim do jeito que elas se comportam. Se tiverem conflito de interesses, ao
caráter e coisas do gênero. A afinidade começa pelo que a pessoa representa no
momento, depois de um tempo é que observamos as qualidades e defeitos das
mesmas. Os realits fazem sucesso porque a uma mescla de gente no mesmo
ambiente, confinado, sem muitas escolhas e vontades vivendo por um tempo com os
mesmos afazeres. Os valores são colocados à prova, as circunstancias fazem elas
manifestarem o que realmente são. Patranhas ou organizadas no ato de inferir.
Fomos
criados para vivermos juntos, mas os “utensílios” da vida nos separam de tal
forma, que às vezes construímos aversão. Prejudicamos e interferimos no projeto
de Deus. Por causa das patotas que o mundo nos oferece. Aceitamos a condição de
ínfimo a ponto de banalizar a pura e linda estrutura esculpida por Deus. Você!
Os
indicadores da convivência humana ferem nossos princípios aprendidos no meio em
que vivemos. Pensar que o que sabemos é melhor do que o outro sabe não é a
situação mais propicia para intervir na vida alheia. Claro que podemos adquirir
pensamentos mais harmoniosos que outros. Principalmente se for com base no
respeito e nos direitos legais das pessoas. Todavia, pelo que me consta,
queremos ensinar demais e não queremos aprender porcaria nenhuma. Devemos viver
com o único principio, o amor. Se começarmos a tratar as pessoas com amor
(ainda que alguns mereçam tapas na cara), vamos entender que tudo é vaidade e
que a raiva é desnecessária. Precisamos é de compreensão e o dinheiro pode
enfiar onde quiser. Não vale nada quando se trata de vida. Dinheiro compra
quase tudo. Precisamos dele e não é por isso que matamos por ele. Fazemos o que
fazemos porque somos escravos dele. Ele serve como engodo, que compra a
obsessão das pessoas. Compra os invejosos e os orgulhosos. Os padrões morais
das pessoas caem como objetos na gravidade quando se trata de coisas materiais.
É incrível como muitos são indignos e virtuosamente indóceis. Pessoas frigidas,
sem perdão e compaixão. A convivência continuará sendo escassa enquanto houver
farpa em nossos corações.
Gil
Vicente, um dos fundadores do teatro Português do século XV já falava das
luxuosas vidas e os lucros. Onde as pessoas perderam o fulgor e começaram as
cobiças por coisas frívolas. Dizia ele no texto “todo mundo e ninguém”. “Que
todo mundo quer paraíso, e ninguém paga o que deve”. É isso! Vejo que não a
muita diferença do real hoje. As pessoas só querem ganhar, passar o outro para
trás. Tem algo dentro do ser humano que instiga a ficar por cima do outro
independente da situação. Não ligam se o próximo esta perdendo. O importante é
o meu ego ganhar.
As pessoas poderiam abrir mão
para outras. Assim seria mais fácil conviver. Seria mais fácil aprender com
outro do que maltratar o outro. Seria mais fácil dialogar que xingar. É árduo.
Sabemos disso. Até com nossas famílias viver junto é complicado. Alguém falou
que a vida seria fácil? Tudo vem com luta e esforço, muito esforço. Até nossas
amizades ou as pessoas que conhecemos por ai. Virá o dia que vamos nos adaptar
e aprender a dividir o pão. Vamos olhar nos olhos de outros e chamá-los de
irmãos. Não faço a mínima idéia de quando será, mas de uma coisa tenho certeza.
Está breve!